terça-feira, 29 de março de 2011

Uma Verdade Incoveniente

O aquecimento global é a mais recente fonte de preocupação ambiental em todo o mundo. Do realizador Davis Guggenheim, “Uma verdade inconveniente” é um filme que apresenta um discurso ambientalista conduzido com grande habilidade por Al Gore, antigo vice presidente dos Estados Unidos.
O filme enreda uma séria advertência para a humanidade, sobre nossas responsabilidades com as mudanças climáticas. É um documentário ambientalista e político. As imagens, chocantes, mostram as atuais alterações que o nosso Planeta está experimentando e elas são, também, a evidência da irresponsabilidade dos políticos que se negam a reconhecer a urgência de tocar no assunto e o pouco tempo que resta para evitar a catástrofe total.
 De maneira bem humorada e inteligente, Al Gore faz, há mais de seis anos ao longo dos EUA , palestras que dispõe de alta tecnologia, combinando desenhos animados e tabelas com comprovados dados científicos. Por meio de uma apresentação multimídia, o explanador esclarece à platéia as graves conseqüências que o aquecimento global está causando na Terra e levanta questões essenciais sobre a produção de combustíveis fósseis e o rápido desaparecimento de geleiras.
No filme e nas suas palestras, Al Gore extingue, com dados concretos, os três grandes mitos existentes sobre o aumento de temperatura do Planeta. O primeiro seria sobre as dúvidas quanto à realidade do efeito estufa (ele confirma que milhares de estudos científicos provam que o aquecimento global é real e que constitui uma séria ameaça a vida na Terra), o segundo seria sobre se as políticas ambientais afetam a economia dos países (ele demonstra com modelos econômicos que as políticas públicas, baseadas em um planejamento ambiental, estimulam as economias dos países), e o terceiro seria sobre a questão de o aquecimento global não ser somente um ciclo natural da Terra, mas o resultado das atividades humanas no campo industrial.
O palestrante mostra de maneira pertinente os pontos cruciais que acarretam na elevação da temperatura e as conseqüências desse aumento, como a desertificação, as secas, as inundações e o acréscimo do número de furacões e tufões, os quais resultam do intenso desmatamento, ocasionado tanto para produzir madeira industrializada e carvão vegetal quanto para a construção de hidroelétricas com suas barragens responsáveis pela inundação de enormes áreas emissoras de gases do efeito estufa, reduzindo a camada atmosférica e aumentando o nível térmico mundial. Além disso, ele também mostra que o derretimento das calotas polares leva a dessalinização das águas oceânicas e as mudanças radicais nos ecossistemas e na capacidade imunológica de todos os seres vivos.
Em virtude desse cenário calamitoso, Al Gore insiste, de maneira inteligente e convincente, que a solução para a crise climática exige uma ação rápida, sábia e grande de nossa parte. Ele lembra que “ se destruirmos o Planeta, não haverá economia que sobreviva".  Fala também no consumo exacerbado, uma das causas principais gerada pelos países industrializados.
 Infelizmente, no decorrer do filme existem cortes bruscos de cenas que tiram o expectador da envolvente palestra e o levam para ocorridos da vida pessoal de Al Gore, como um acidente sofrido por seu filho e a morte de sua esposa, fatos que fogem ao foco do assunto que está sendo abordado durante todo o longa. Isso acaba por desvirtuá-lo um pouco.
“ Uma verdade inconveniente ” finaliza mostrando que cada um de nós é uma causa do aquecimento global, no entanto, podemos mudar isso, com o que compramos, com a energia que usamos e com o carro que dirigimos. Enfático e perspicaz, o filme nos induz a mudança de velhos hábitos, deixando claro que as soluções estão nas nossas mãos, basta termos determinação para fazer acontecer.




   “ Fazer a coisa certa nos move para frente.” (Al Gore)

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