quarta-feira, 22 de junho de 2011

Comunidade dos Pitaguary

Após o relato dado pelo cacique Daniel, chefe da comunidade dos Pitaguary, percebemos o quanto a luta dos indígenas, não só pela terra, mas, principalmente, pela sobrevivência de sua cultura, é árdua.

Até se chegar a conquista da pequena área de Santo Antônio do Pitaguary, o cacique passou por muitos preconceitos e injustiças. Expulso de sua terra, por poderosos fazendeiros e pelo Governo, o qual tinha grande interesse na região, devido à intensidade de plantas medicinais existentes naquela área, o índio obrigou-se a ir para a cidade. Sem condições de começar uma vida nova, já que saiu de seu lugar sem indenização, ficou a esmo, submisso aos sofrimentos da vida. Trabalhou como auxiliar de pedreiro, mas não conseguia se adaptar aquela vida, pois ela diferia de sua realidade. Assim, cansado de tanto infortúnio, começou a surgir o ideário para a conquista de uma terra pertencente ao seu povo.
Desse modo, começaram as reuniões entre Tapeba, Tremembé, Genipapo, Pitaguary e comunidade de Canindé para exigir a demarcação da terra que antes lhe pertenciam.
Após dois anos de muitas idas a Brasília e audiências com representantes da SIME e da FUNAI, conseguiram o relatório de reconhecimento e em 2005 o relatório de demarcação de 1.735 hectares de terra. Além disso, conseguiram ainda o reconhecimento de 3.500 índios e indenização dos posseiros.
O local possui escola diferenciada, na qual todos os professores são nativos e a educação sempre é voltada para o fortalecimento da cultura indígena.
Hoje, a comunidade dos Pitaguary abriga somente índios, os quais o cacique faz questão que não esqueçam suas características inatas. A prática de alguns rituais ainda é muito forte, pois segundo o cacique Daniel “ A espiritualidade é o que fortalece o índio”.

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